quinta-feira, 22 de julho de 2010

Hipoglicemia, o que fazer?



Durante o atendimento odontológico os cirurgiões-dentista estão predispostos e se depararem com algum tipo de emergência no consultório, principalmente os profissionais que realizam cirurgias ambulatoriais, deparando-se com um grau mais acentuado de ansiedade por parte dos pacientes. Um quadro bastante comum é a hipoglicemia. Em um curso de Implantodontia deparei-me com uma caso bem interessante. Interessante não pelo fato da hipoglicemia, mas pela atitude tomada pelos profissionais que estavam cuidando do caso. A dupla de profissionais não tinha a menor idéia do que estava se passando e muito menos sabiam os procedimentos que deveriam ser realizados para dar suporte ao paciente. Algumas informações sobre o que fazer nesse tipo de situação: 
1) Anamnese. Importante saber se o paciente é portador de Diabetes e se é insulino-dependente ou apenas faz uso de hipoglicemiantes orais.
  O diabetes mellitus é uma doença metabólica na qual o prognóstico do paciente a longo prazo parece depender dos níveis séricos de glicose permanecerem dentro da faixa normal. Um diabético insulino-dependente não tratado corre risco constante de desenvolver cetoacidose metabólica e sua concomitante alteração de consciência que requer tratamento de emergência. No entanto, a situação de emergência mais comum é a hipoglicemia resultante da incoordenação entre dose de insulina e a glicose sérica. as duas fontes primárias de glicose são a dieta e a gliconeogênese a partir dos tecidos adiposos, muscular e reservatórios de glicogênio. Os níveis de glicose sérica podem abaixar devido a qualquer um dos seguintes fatores ou a todos eles:
a) Aumento da administação de insulina 
b) Diminuição da ingestão calórica
c) Aumento da utilização metabólica da glicose( exercício físico, infecção e estresse emocional) 

Muitos diabéticos estão bem informados sobre suas doenças e são capazes de diagnosticar a própria hipoglicemia antes que esta se torne grave. O paciente pode sentir fome, náuseas ou desenvolver cefaléia. O cirurgião-dentista de ve notar que o paciente vai ficando letárgico com diminuição da espontaneidade na conversação e na habilidade de se concentrar. À medida que a hipoglicemia piora o paciente se torna sudoréico ou apresenta taquicardia, piloereção, aumento da ansiedade e exibe comportamento não-usual. logo o paciente pode se tornar torporoso e perder a consciência. 
Ao menor sinal de hipoglicemia, o que está sendo realizado deve ser imediatamente interrompido e deve-se permitir que o paciente consuma carboidratos de alto teor calórico como açúcar, refrigerantes, sucos, etc. Se o paciente não melhorar rapidamente, tornar-se incosciente, ou por algum motivo está impossibilitado de ingerir carboidratos, deve-se fazer um acesso venoso e administrar durante 2 a 3 minutos uma ampola de glicose 50% diluida em água. Se não for possível acesso venoso , deve-se administrar 1mg de glucagon IM. Se não tiver disponível nem a glicose nem o glucagon, administrar 0,5ml de insulina 1:1000, repetindo o procedimento 15 em 15 minutos caso seja necessário. Antes de liberar o paciente observe o mesmo por peo menos 1h. 
Obs. É importante que o dentista esteja munido dos equipamentos para injeção de medicamentos e suporte básico de vida, tenha sempre em mãos o número da emergência (193-SAMU). Sempre chamar a emergência antes que a situação se agrave, assim ganha tempo. 

Bibliografia:

Malamed SF: Medical emergencies in the dental office, 5 ed. ST. Louis, Mosby, 1999.


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